sábado, 9 de julho de 2011

Blairo reluta, mas é o nome

Mesmo negando a intenção de assumir o Ministério dos Transportes, o senador Blairo Maggi (PR/MT) é o principal nome dentro do partido para acalmar a bancada e para recuperar o prestigio da sigla, abalado por denúncias. Além de ter livre trânsito com a presidente Dilma Rousseff, Maggi, que foi governador de Mato Grosso por dois mandatos, teria condições, graças ao seu perfil empresarial, de realizar um grande trabalho numa área nevrálgica e que em todos os governos se tornou calcanhar de aquiles dos presidentes que passaram.

A resistência de Maggi reside primeiro na investigação de todos os fatos apontados e não comprovados principalmente contra o ex-presidente do Dnit, Luiz Antônio Pagot, indicado por Mato Grosso ainda no governo Lula e nos seus negócios empresariais, que são provenientes do agronegócio, mas que exigem relação com o poder público de uma maneira geral.

A pouca motivação do senador de Mato Grosso é contrabalanceada pela pressão do seu próprio partido, o PR, do qual é presidente de honra, o que lhe tem garantido assento no Conselho da República, pela proximidade com Dilma Rousseff e com o fato de que se não for ele o indicado, a escolha presidencial recairá em uma indicação de perfil totalmente técnico e sem vinculações políticas. A preferência de Dilma é pela efetivação do interino, Paulo Sérgio Passos.

Blairo, de imediato, disse que não vai aceitar o convite, mas seu partido e o Planalto ainda esperam convencê-lo a mudar de ideia. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), confirmou no fim da tarde de ontem que ele era o primeiro da lista do Planalto e do partido, mas a legenda quer ganhar tempo e só voltará a conversar com a presidente Dilma na semana que vem.

O PR quer que a definição sobre o novo ministro só aconteça depois que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot for ouvido na terça, às 9h, no Senado, e na quarta-feira na Câmara. Os depoimentos são uma tentativa de reabilitá-lo politicamente e assim ganhar força para permanecer no cargo. A convocação no Senado partiu do próprio Blairo Maggi (PR), em solicitação assinada em conjunto com o senador tucano, Aloísio Nunes de São Paulo.

A expectativa do partido é de que ele se saia bem nas explicações ao Congresso e não é por acaso que Blairo está pessoalmente empenhado na reabilitação do amigo -ainda que a volta de Pagot não esteja sendo posta como condicionante para aceitar o convite.

Isso explica o porquê de, em conversa com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o senador ter protestado com veemência contra o afastamento de Pagot. "Não se pode desonrar um homem daquele jeito", disse Blairo Maggi para Ideli e para todos os que o procuram para discutir os problemas no Ministério dos Transportes e no Dnit. Oficialmente, o líder Portela informou que Blairo precisa de tempo porque está avaliando. A dúvida é se há impedimento jurídico por conta do envolvimento de empresas dele com o governo. (Com Agência Estado).

Por: Marcos Lemos

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